O Museu de Arte da Pampulha está recebendo a exposição do grupo Grivo que utiliza de aparatos eletrônicos para acionar o mecanismo de seus objetos envolvendo o conceito de interatividade.
As peças são de madeira e formam um sistema onde o funcionamento de uma roldana ativa todas as outras através de elásticos e barbantes. Além disso, quando as peças funcionam podemos perceber um ruido característico em cada obra já que o movimento de determinadas partes do objeto,bem como seu atrito com outras, nos permite ouvir um som bem sutil.
Acredito que as instalações do Museu não são as mais adequadas para essa exposição já que a delicadeza das obras é inferiorizada pela magnitude e amplitude da construção arquitetônica do lugar. Algumas obras também, não estavam em perfeito funcionamento evidenciando a precariedade do sistema que talvez não seja tão concreto e funcional.
A exposição como um todo as vezes cai na mesmisse já que a ideologia da estrutura é sempre o mesmo. A obra "8" , em particular, que utiliza 8 caixas de som que emitem ruidos aleatórios de agulhas, batuques e sinos as redor de um vão circular é a mais peculiar mas me causou grande desespero e euforia. Tive a sensação de estar num presídio com várias goteiras onde a estagnação do tempo é agonizada pela ansiedade de saber qual é o próximo ruído e de onde ele virá.
O mais interessante nas obras, contudo, foi deparar com uma arte que aguça os sentidos mesmo sendo tão delicada. Considero, porém, que a visita ao complexo do Museu me acrescentou bem mais do que a da própria exposição.